sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O segredo para ser interessante



Nos encontros com as pessoas, principalmente quando não as conhecemos, ficamos preocupados com o que vamos dizer e como seremos julgados. Nas festas queremos parecer pessoas divertidas e falantes, desejamos cativar as pessoas e às vezes sentimo-nos até tentados a ensaiar nossas palavras e posturas. Acontece que para cativar é preciso mais do que isso, é preciso mostrar-se como uma pessoa interessante. E qual o segredo para ser interessante?

Como ser interessante: De modo geral as pessoas consideradas interessantes não são aquelas que falam muito de si mesmas, mas aquelas que se interessam em conhecer os outros, que buscam saber de sua vida, o que fazem, o que pensam, o que gostam ou desgostam etc.


Pessoas que falam excessivamente de si mesmas muitas vezes são consideradas maçantes, mas quem quer ser interessante deve falar um pouco de si e fazer perguntas estimulando a outra pessoa a falar de si mesma, desde que esteja com disposição para ouvir.

Atenção com os outros: Nos contatos com os outros estamos lidando não só com a pessoa, mas também com suas emoções e sentimentos. Nada deixa uma pessoa mais lisonjeada e com vontade de conversar conosco do que perceber que temos interesse por suas ideias, pensamentos e sentimentos.


Quando mantemos o foco em descobrir mais sobre os outros, temos muito mais chance de cativá-los e nos tornarmos inesquecíveis. Além disso, poupa a preocupação de ensaiar o que vamos dizer sobre nós. Esse é também o segredo para melhorarmos as nossas relações pessoais. Quando passamos a ter atenção com as pessoas que convivemos, ouvindo atentamente o que elas sentem, criamos um canal de comunicação que aumenta a confiança nas relações.

Sempre é preciso atenção para não apenas a escutar em silêncio ou engatar outro assunto, mas aproveitar os momentos de pausa para perguntar como a pessoa se sente em relação aos fatos que estão nos contando, sem censurar as respostas. Isso rende um bom papo e nos aproxima mais das pessoas.

Discrição: Um cuidado importante é não parecer invasivo e indiscreto, não fazendo de uma conversa um interrogatório. Uma conversa requer uma introdução cuidadosa com perguntas triviais para poder identificar o que desperta maior interesse na pessoa e poder explorar mais o assunto.


As pessoas sentem-se felizes quando tem oportunidade de falar do que gostam e de ensinar algo. E mesmo quando se tem domínio do assunto é essencial deixar a pessoa falar para depois apresentar argumentos. Vale a prudência de não querer mostrar que sabe mais do que o outro; isso é humilhante.  

Nas conversas triviais o ideal é manter um assunto que a outra pessoa goste de falar e que queiramos ouvir, caso contrário não será interessante para ambos. Um bom exemplo é tentar encontrar coisas com as quais ambos tenham afinidade ou estejam envolvidos.


E para que a outra pessoa perceba que está sendo ouvida atenção, é preciso fazer contato visual e demonstrar através de sons e gestos de entendimento: "entendo como se sente", "muito interessante", "concordo com você"... E não se preocupe com o que vai dizer depois.

Conversa: Antes de discordar, é prudente analisar a réplica. Uma boa técnica para discordar é acrescentar evitando dizer "mas", "porém", "entretanto". Trocar por "e" transmite a sensação de concordância e também permite colocar suas ideias.


Fazer-se de advogado do diabo para defender uma opinião contrária pode até render uma boa e longa conversa, mas pode parecer rude se usado em excesso. Se a questão não for importante, não há porque discordar e assumir o risco de parecer rude. Mas também concordar plenamente pode finalizar a conversa. 

Uma conversa não depende apenas de um, mas do interesse de ambos. Quando uma pessoa não fala e não escuta, provavelmente está distraída ou enfrentando um dia ruim ou não tenha habilidades para conversar. É possível engatar outro assunto lembrando de algo que foi dito e usá-lo como gancho para iniciar outro assunto. Se isso não der resultado, paciência. 

Feche o encontro com chave de ouro: O essencial é ter autocontrole e não entrar em pânico quando parece o fim da conversa. Nada é mais desagradável do que insistir quando o outro já não quer mais falar e mesmo as melhores conversas tem um fim.

Feche o encontro com chave de ouro: agradeça pela conversa agradável antes de se despedir, pois terminar de modo positivo deixa boa impressão e pode abrir a possibilidade para um futuro reencontro. 

 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O que você quer: trabalho ou emprego?



Existe diferença entre um trabalho e um emprego? Sim, existe. Trabalho é uma atividade que se realiza para gerar um produto ou serviço, seja ou não remunerado. Já o emprego vai te dar um salário certo no final do mês, mas você pode enrolar o dia inteiro sem produzir nada. 

Tem muita gente procurando emprego, mas poucos estão disponíveis ou preparados para realmente para trabalhar e progredir. Quem não está disposto a estudar e trabalhar só querendo um emprego mixuruca, dificilmente se manterá em qualquer lugar e nunca irá progredir. 

E mesmo que você queira estudar e conquistar um diploma, para conseguir realizar um trabalho eficiente é preciso continuar estudando sempre. Isso quer dizer aprender coisas novas, fazer cursos, ler livros, pesquisar, aceitar novos desafios, não estagnar e ter perspectiva de futuro. Para crescer, além de estudar muito você tem que ser bom e dedicado no que faz. 

Enquanto você trabalha tem sempre alguém que está observando e analisando seu desempenho, se não for seu chefe será seu cliente. E lembre-se: todos são exigentes. Um chefe pode parecer chato e alguns são mesmo mal educados, mas ele precisa corrigir o que estiver errado. E se você for seu próprio patrão, dono do seu negócio próprio, você vai se deparar com a exigência de seus clientes. 



Trabalhar e comer pequi exige muita atenção e cuidado

No mundo do trabalho não tem como fugir das cobranças e exigências alheias, você tem que ser bom no que faz. Aliás o trabalho pode ser comparado com o modo de comer pequi; a polpa externa deve ser
retirada com muito cuidado. 

A analogia entre o pequi e trabalho significa que tudo o que você tratar de maneira displicente ou sem cuidado vai te causar problemas. Se você não conhece pequi, saiba que se morder sua boca vai ficar cheia de espinhos. E é difícil de sair...



sábado, 17 de novembro de 2012

Demissão responsável


Demissão é uma experiência muito dura, não só para o demitido como também para quem demite, por isso algumas empresas tem tentado aproveitar as pessoas em outras funções ou em outras áreas. Porém quando não é possível, é preciso ética, etiqueta e esforço para minimizar as consequências da demissão e evitar constrangimentos. Isso tem o nome de "Demissão responsável".

Demissão responsável

Nunca se deve deixar que outros saibam com antecedência dessa intenção, pois nada é mais humilhante do que circular pela empresa sem saber o que todos já sabem. Dê indícios de que a relação profissional está caminhando para o fim e assim não pegar a pessoa de surpresa, a menos que seja necessário uma urgente demissão por justa causa. 

Em qualquer caso de demissão é preciso manter o respeito à dignidade do ex-empregado. Conforme legislação, as empresas jamais devem revelar os motivos da saída de um empregado, podendo dar causa a processos por danos morais. Se houve roubo ou outros motivos previstos na CLT, os empregadores devem limitar-se aos procedimentos previstos em lei. 

Chefes e profissionais de RH devem ter sensibilidade para nunca demitir um empregado através de um telefonema ou apenas comunicando através de um mensageiro ou telegrama. É preciso dar tratamento empático a essa situação: só se faz uma demissão pessoalmente numa entrevista clara e objetiva.

A comunicação da demissão deve ser feita numa sala fora dos olhares invasivos de outras pessoas, sendo importante ressaltar os méritos da pessoa e justificar resumidamente os motivos da demissão sem diminuir ou humilhar a pessoa.

Não seja rápido demais e nem prolongue o momento por mais de 20 minutos. Antecipe as indenizações que a pessoa receberá com a rescisão para que ela se sinta tranquila até arrumar um novo emprego. Assegure-lhe o prolongamento do plano de saúde por algum tempo e disponha-se a dar-lhe uma carta de recomendação, se for o caso.  

Qual o melhor dia e horário para demitir?  

Apesar de não haver um dia ideal para demitir alguém é necessário evitar determinadas datas, como por exemplo, véspera de natal, dia do aniversário, logo após o nascimento de um filho ou imediatamente depois do falecimento de um familiar. Adiar a demissão por alguns dias não irá causar prejuízos à empresa.

Uma demissão suscita sentimentos de rejeição e de abandono, além de outras sensações e preocupações. Assim é importante lembrar que a pessoa precisa de um tempo para se refazer do golpe antes de retornar para casa. Prefira um horário no meio do expediente e evite dispensas nas sextas-feiras, pois isso torna mais fácil assimilar a experiência.

E prepare-se para as mais adversas reações, desde uma explosão de raiva até um choro copioso. Não se altere e não deixe que a pessoa demitida saia em desespero. Disponha-se a ajudá-la ou indique alguém que o faça. Dê à pessoa o mesmo tratamento que gostaria de receber se estivesse no lugar dela. Isso faz parte da etiqueta da demissão.

Foi demitido?

Se por um lado deve haver um código de conduta para demitir um empregado, por outro os demitidos devem observar uma postura adequada à ocasião. Ao receber a notícia de sua demissão respire profundamente, pois isso ajuda a oxigenar o cérebro dando maior controle da situação e assim evitar falar de coisas das quais pode se arrepender.

Não se desespere e encare sua demissão como uma oportunidade para renovar sua vida pessoal e profissional. Relaxe e lembre-se que foi a sua experiência e talentos que o trouxeram até aqui e também o levarão a outros patamares. Mesmo que esteja perdendo um emprego bem remunerado, há inúmeras outras oportunidades que estão esperando por você.

Demissão não é o fim do mundo. Conserve a lucidez para negociar a sua rescisão e dê a si um tempo para se preparar para um novo emprego. Mantenha-se com boa disposição e abandone a ideia de entrar em depressão. Não substime suas qualidades e aproveite esse tempo para buscar informação sobre sua área de trabalho. Se for preciso, faça cursos de atualização.

Revise seu orçamento mensal de despesas até encontrar uma nova ocupação. Considere que você não está desempregado ou sem utilidade; você estará apenas temporariamente disponível no mercado de trabalho. Analise as oportunidades e use todos os recursos disponíveis e gratuitos para divulgar seu currículo. Não se iluda com promessas de empresas de recolocação, que cobram caro e não apresentam resultados.
 
Quer demitir-se?

Uma das questões que causa aborrecimentos e às vezes mal estar na empresa é quando você recebe uma boa proposta de um novo emprego. Se por um lado isso te deixa feliz devido à nova oportunidade, por outro vem a preocupação em sair da antiga empresa sem criar animosidades. Poucas coisas são piores do que sair brigado de um local onde se trabalhou.

Todo cuidado é pouco quando se decide partir para outras experiências. Lidar com a situação junto aos chefes e colegas de trabalho requer habilidade extra, principalmente diante de chefes intempestivos. Nunca aproveite a ocasião para exaltar as suas insatisfações; se não fez isso enquanto estava trabalhando não é oportuno agora em sua saída ressaltar motivos.

Justifique-se pela melhor proposta recebida e sua evolução profissional, limitando-se a fazer contatos com a nova empresa apenas em seus horários livres. Colabore para minimizar o impacto de sua saída e, se for possível, treine alguém que possa substituir você. Coloque-se disponível para prestar esclarecimentos posteriores sobre projetos que ficarão pendentes.

Agradeça pela oportunidade que teve naquela empresa, pelo aprendizado e pelos bons relacionamentos que pode estabelecer. Esforce-se para manter contato com seus antigos colegas e aja de forma a manter as portas sempre abertas para você. O mundo gira e a empresa pode voltar a ser importante na evolução de sua carreira.



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Festa Halloween



Um tema muito divertido e que serve para brincar com a imaginação é a Festa Halloween ou Festa das Bruxas. Geralmente realizada no mês de outubro, é um tema que distingue de outros temas tradicionais e permite criar ambientes únicos e inesquecíveis.

Os convites para a festa podem ser na cor preta com destaques em cores luminosas como laranja, amarelo, roxo ou verde ou usando uma dessas cores com detalhes na cor preta. Por exemplo, um convite laranja com um morcego em cartolina preta que se move quando o convite é aberto. Também permite brincar utilizando convites em formatos de chapéu de bruxa, abóbora, aranhas, fantasmas, morcegos etc. 





Os convidados devem ser incentivados a usar fantasias de bruxas, vampiros, fantasmas, múmias e muitos outros. Na entrada da festa os convidados podem ser recepcionados por hostess caracterizadas de bruxas além de outros adereços como imagens macabras, caldeirão, galhos de árvores e vassouras feitas de folhas de palmeira. Uma boa dica é instalar uma barraquinha de Tatoomania logo na entrada, bem como perucas coloridas, chapéus de bruxa, maquiagem e adesivos. 
A decoração do ambiente deve remeter ao terror, podendo ser usada uma rede no teto com aranhas, morcegos e máscaras aterrorizantes presos por um fio de nylon que dão a sensação de estarem pousando sobre os convidados. Estes enfeites podem ser de plástico ou confeccionados em papelão, cartolina ou EVA. 




Balões brancos com bocas e olhos desenhados com caneta marcador podem se tornar fantasmas em diferentes pontos, assim como balões nas cores preto e laranja. Insetos feitos de EVA, cartolina ou papelão podem ser espalhados em todo o ambiente.

Nas mesas e cadeiras podem ser usados forros pretos com realces na cor laranja. Para o centro das mesas podem ser usadas pequenas abóboras plásticas ou natural ou enfeites de balões fantasmas. No aparador, abóboras grandes podem servir como balde de gelo para conservar as bebidas frias.




Esse tipo de festa geralmente é feito em ambientes escuros com luz negra e refletores nos cantos e locais de passagem. Adesivos autocolantes e que refletem podem servir de orientação para a área do bar, banheiros etc. O uso de velas acesas podem dar um ar horripilante, porém além do forte cheiro da parafina abre possibilidade de causar acidentes. 

Os ritmos da noite dependem do gosto do anfitrião e dos convidados da festa podendo incluir músicas de filmes de terror e efeitos sonoros com gritos assustadores. Aos embalos de uma banda macabra os convidados podem ser chamados para participar de terríveis brincadeiras.




Muitas pessoas gostam da festa Halloween, mas nem todas estão dispostas a provar de iguarias com aparência exótica. O buffet pode ser composto de cremes e patés de abóbora, beterraba, espinafre que além de colorir a mesa são gostosos e fáceis de servir. Os salgadinhos tradicionais podem ser colocados em bandejas decoradas com aranhas, morcegos, sapos, carinhas de bruxas e gatos pretos feitos de Pasta Americana comestível. 




A Pasta Americana disponível no mercado vem na cor branca, que é a mais fácil de usar. É muito simples de trabalhar a massa e para colorir basta acrescentar corante comestível. Tanto a massa quanto o corante são encontrados em lojas de artigos para festas.

Preparada a massa, você pode criar inúmeros insetos para decorar o bolo, os docinhos e cupcakes com carinhas de fantasminhas, caveiras e abóboras e outros bichos aterrorizantes. Na mesa de guloseimas os galhos secos, malha desfiada, pirulitos e balas embalados em papel crepom preto e laranja completam a decoração. 





Uma bebida colorida bem ao estilo halloween é a sangria feita com frutas cortadas em cubos como laranja, maçã, pêssego, uvas, mel, brandy, vinho, canela e gelo. Além do bonito visual é refrescante. O gelo seco nos drinks propiciam um efeito muito original. É o dióxido de carbono solidificado que quando entra em contato com uma bebida simples não gaseificada produz uma fumaça, algo muito exótico e atraente. 

Os copos podem ser decorados com máscaras horrorozas e uma brincadeira bem legal é o gelo artificial que vem com moscas e insetos plásticos em seu interior. Quando descongelam, basta levá-los novamente ao congelador.

Origem do Halloween

A Irlanda é considerada como o país de origem do Halloween, que surgiu através das antigas tradições dos povos Celtas que viveram em alguns países da Europa e principalmente na Irlanda há 2800 anos passados. 

Por terem passado suas tradições oralmente através das gerações sem deixar nada escrito, há inúmeras interpretações sobre seus rituais e crenças. 

Sabe-se que eles eram muito místicos, ligados aos elementais da natureza e revenciaram as fadas, gnomos e outros.  Segundo a tradição, os Celtas realizavam um festival pagão que marcava a passagem do solstício do verão para o inverno, que era o Ano Novo para os Celtas. 

Chamado Samhain e celebrado em 31 de outubro, era a noite sagrada que marcava o início da fase escura do ano com a proximidade do inverno.


Samhain significa "sem luz" ou o final do verão em que o mundo mergulha na total escuridão da alma preparando para a chegada das noites frias. 

Como ritual de purificação era acesa uma grande fogueira comunitária e depois o fogo sagrado era usado para acender as lareiras do vilarejo que queimavam durante todo o inverno até a chegada da primavera. 

Simbolicamente, nas fogueiras e nos caldeirões quentes queimavam-se todas as frustrações, tristezas e ansiedades do ano anterior. 

Na tradição Celta o Caldeirão Sagrado contém a transmutação e sabedoria, sendo Samhain também um período de abraçar a sombra, mergulhar no autoconhecimento e transformar o que precisa ser transformado.


Segundo os Celtas as épocas de mudança dos solstíscios tinham propriedades mágicas, quando se abria um momento de conexão entre o mundo material e o espiritual. Era a época em que os mortos vinham novamente transitar entre os vivos, por isso se fazia um culto aos mortos. O sentido de Samhain é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de amor e harmonia. 





O Festival Celta não tinha qualquer associação com bruxas, vampiros ou qualquer representação do mal. Essa associação surgiu na Idade Média devido às lendas deturpadas de que as bruxas se reuniam duas vezes ao ano durante a mudança dos soltíscios.

Chegando em vassouras voadoras, as bruxas participavam de uma festa usando seus poderes mágicos. Conta-se que para encontrar uma bruxa era preciso colocar as roupas do avesso e andar de costas durante a noite de Halloween.

Posteriormente a festa pagã foi transformada pela Igreja Católica em "All Hallows'Eve" - Dia das almas sendo abreviado para Halloween. Por ser uma festa pagã, foi condenada na Europa durante a Inquisição e qualquer pessoa que celebrasse a data era perseguida e condenada a morrer na fogueira. 






A crença em bruxas chegou aos Estados Unidos com os primeiros colonizadores misturando-se às crenças de magia negra e superstições trazida pelos escravos africanos. Dizia-se que as bruxas se transformavam em gatos pretos para pularem sobre os telhados durante a noite de Halloween. Daí surgiu a superstição de que se um gato preto cruzar seu caminho, você deve voltar pelo caminho de onde veio, pois se não o fizer é azar na certa.

Também pensava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteger-se eles esculpiam faces horrendas nas abóboras e as utilizavam para carregar o fogo sagrado e afastar os espíritos malévolos. No entanto o Halloween é um ritual de celebração de nossos ancestrais, porque depois do fim vem o recomeço, depois da morte vem o renascimento e a roda continua a girar marcando novamente o começo.




Assim como faziam os Celtas, a noite do Samhain é uma noite de alegria e festa pois marca o início de um novo período em nossas vidas que deve ser comemorado com doces e bolos. Nas áreas rurais da Irlanda ainda hoje as pessoas acedem fogueiras e as crianças passeiam pelas ruas expressando o famoso “Tricks or Treats” que significa "Gostosuras ou travessuras".

A expressão "Tricks or Treats" vem da tradição Celta quando eles vestiam fantasias assustadoras, usavam disfarces ou roupas do sexo oposto para espantar ou enganar os maus espíritos que vagavam na terra. As crianças caminhavam de porta em porta recolhendo lenha para alimentar a fogueira comunitária e os bolinhos das almas, uma oferenda aos espíritos para que encontrassem o caminho do purgatório até o céu. 



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Etiqueta nas negociações com chineses


Em plena era da globalização, a cada dia nos aproximamos mais de pessoas de outros países e somos desafiados a ultrapassar diferenças e nos adaptarmos a diversas culturas, sem ignorar crenças, convicções e costumes. Tornar-se multicultural não quer dizer abandonar a cultura de origem, mas entender que as boas maneiras em um país pode ser ofensivo em outros.
 
Lidar com pessoas de outros países significa lidar com hábitos muito diferentes, o que não é uma tarefa fácil. A compreensão das diversidades é o desafio maior das negociações internacionais, pois se não forem detectadas podem causar mal entendidos culturais e destruir possibilidades de negociação.
 
O contato comercial entre executivos do Brasil e China tem levado muitas pessoas a conhecer essa interessante cultura. Ainda que a China tenha se inserido na economia global com extrema rapidez, os chineses não abandonaram suas tradições milenares. Os rituais, a etiqueta e o protocolo continuam a ser fundamentais. 

 

Cultura chinesa: Confundir a cultura chinesa com a cultura japonesa é uma gafe imperdoável. Apesar de parecidas, são duas culturas que tem muitas diferenças. A cultura chinesa é berço de uma das civilizações mais antigas e complexas, cobrindo uma história de mais de 5.000 anos.

Com uma vasta região geográfica, a China mantém hábitos, costumes e tradições que variam bastante entre províncias. Além das dificuldades impostas pelo idioma, há de se ter extremo zelo por seus valores. A maioria dos valores sociais na cultura e hábitos chineses derivam do Confucionismo e Taoísmo, além do Budismo e Neo-confucionismo. 
 
Extremamente formais e educados, os chineses valorizam muito a humildade, sinceridade e cortesia. Há uma grande preocupação em preservar a harmonia do ambiente, evitando qualquer descortesia que possa constranger os outros.

Polidos na forma de tratamento, acima de tudo buscam manter a dignidade e o respeito pelos outros. Primam pela simplicidade e elegância, qualidades que visam manter a harmonia caracterizada pela leveza na forma e movimento. 

 

 


Sociabilidade: Uma regra de ouro na China é nunca criticar, desrespeitar, acusar, insultar ou diminuir as pessoas perante outras. Falar mal dos outros é considerado um erro lamentável; mais vale mudar de assunto quando não concordar. Se alguém discorda de outra pessoa nunca deve demonstrá-lo publicamente. 
 
No entanto, valorizar os outros é algo positivo; dá prestígio contribuir para o prestígio dos outros. Porém sendo a modéstia e a humildade virtudes muito apreciadas pelos chineses, eles reagem mal aos elogios. Deve-se aceitar com humildade os elogios e dizer que não é merecedor de tal distinção.
 
Os chineses têm um extraordinário senso de humor. Eles podem rir de si mesmos mais facilmente se eles tem uma relação confortável com a outra pessoa. Esteja pronto para rir de si mesmo, dadas as circunstâncias apropriadas.
 
Pedir desculpa por um engano não é vergonhoso, ao contrário é considerado uma virtude ser o primeiro a fazê-lo a fim de amenizar qualquer situação desagradável. No entanto, não é usual entre os chineses desmarcar um compromisso assumido. A pontualidade não é meramente uma questão de etiqueta, é um compromisso; atrasos são considerados como um desrespeito e grave ofensa. 

 



Cumprimentos e precedência: Os hóspedes chineses sempre aguardam para serem escoltados aos seus lugares, numa ordem decrescente de classificação, seja numa reunião ou jantar. Com rígidos rituais, a cultura chinesa trata com deferência quem tem maior autoridade mas principalmente as pessoas mais idosas.

Idosos sempre merecem a precedência em qualquer ocasião. Apresenta-se sempre a pessoa mais nova à mais idosa. Sempre a idade é o critério na hierarquia e ao se dirigir a uma pessoa mais velha, é sinal de respeito anteceder o sobrenome de Lao, ou seja, o velho.

O tratamento se dá pelo sobrenome e nunca pelo nome próprio ou alcunha. Só se usa tratar pelo nome próprio entre amigos íntimos e familiares. O sobrenome vem à frente do nome, pois consideram que o nome de família é mais importante do que o nome individual. Muitas vezes há um nome geracional que pode aparecer ligado por um hífen ao nome próprio ou separadamente, por exemplo: Li-Huang-Fung = Li (sobrenome), Huang (geracional), Fung (nome próprio). Li é um sobrenome muito comum na China.
 
Na China ninguém se apresenta diretamente, espera para ser apresentado por uma terceira pessoa. Quando se precisa transmitir más noticia, usa-se um intermediário. Apesar de terem adotado em parte o costume ocidental de aperto de mãos, este se restringe apenas no momento das apresentações acompanhado da inclinação da cabeça. O Kowtow é uma reverência que se faz em demonstração de respeito a quem se cumprimenta.
 
Não se toca nas pessoas nem mesmo com a intenção de ajudá-las ou na indicação de um caminho. Faz parte da cultura chinesa manter um certo distanciamento físico dos outros. Efusivas demonstrações públicas de afeto ou de alegria, tampinhas nas costas, abraços e beijinhos não são bem aceitos. Usa-se apenas o aperto de mãos.

 


Cartões de visita: É intolerável não portar um cartão de visitas nas apresentações. Se para um ocidental o cartão de visitas é apenas um papel, para os chineses é um documento importante.  Os cartões são trocados após a introdução inicial, tendo de um lado os caracteres chineses simplificados que são impressos em tinta de ouro, que é uma cor auspiciosa.
 
Entrega-se o cartão segurando com as duas mãos e virado de modo que quem recebe possa ler o nome, de preferência escrito em mandarim ou cantonês, com as devidas qualificações sem abreviaturas. Ao receber um cartão de visita de um chinês deve-se observá-lo atentamente, pois ele representa a pessoa.
 
É educado manter o cartão de visita sobre a mesa em local visível para futura referência, nunca guardá-lo no bolso e nem escrever no cartão. É imperdoável esquecer o nome de uma pessoa, como também perder ou esquecer o cartão ao final de uma reunião, que pode demonstrar desrespeito e desprestígio à pessoa.
 
É preciso estar atento aos significados que tem as cores, números e imagens, pois isso é uma questão séria na China. Logotipo dourado é apreciado como prestígio, mas cartões em cores devem ser usados com cautela assim como imagens de animais. Uma cegonha no ocidente está associada aos nascimentos; no oriente está associada à morte. O morcego é um símbolo de felicidade.
 
Para os chineses as cores suscitam emoções e proporcionam o aumento ou a diminuição de certo tipo de energias, conforme o local e as circunstâncias em que são utilizadas. Na cultura chinesa:
  • A cor branca está associada à morte e ao luto. 
  • O preto simboliza dinheiro.  
  • O azul significa esperança. 
  • O amarelo transmite representa autoridade, a cor associada ao Imperador.  
  • O vermelho significa prosperidade e sucesso, tanto que as noivas chinesas vestem-se de vermelho no dia do casamento para atrair sucesso e fertilidade na vida conjugal.



Crenças: Uma grande parte da cultura chinesa é baseada na noção de que o mundo espiritual existe. Vários métodos divinos tem ajudado a responder perguntas e até servido como alternativa à medicina. Folclores e mitologia tem ajudado a preencher o espaço para coisas que não podem ser explicadas. Frequentemente há uma linha tênue entre mitos, religião e fenômenos não explicados.
 

Muitas das histórias mitológicas e religiosas transformaram-se em feriados tradicionais chineses. Junto à crença no sagrado, há também a crença no mal. Práticas como o exorcismo taoísta é um dos conceitos passados por gerações. Alguns rituais de previsão de sorte ainda são usados hoje em dia, como o hábito dos biscoitos da sorte, depois de centenas de anos de refinamento. 

 
Nunca demonstre descrédito se uma reunião for remarcada devido aos augúrios do dia ou pelo uso de objetos e outras práticas esotéricas durante a reunião. Mesmo que não se entenda os conceitos ou tenha opinião contrária, sempre é educado respeitar as crenças alheias.  Os chineses são muito supersticiosos e seguem rigorosamente algumas indicações astrológicas e do Feng Shui. Leia mais em meu blog "Astrologia Chinesa e Feng Shui". Click aqui  
 
Na China o número 4 é considerado um número azarado, sendo muito comum prédios sem o 4º andar e a preferência por telefones móveis sem o número 4. O ideograma que representa a palavra quatro "shi" é igual ao que representa a palavra morte. Sempre evita-se o 4º andar, uma sala e qualquer local que esteja relacionado ao número 4, como também nunca marcam encontros envolvendo apenas 4 pessoas. 

O número 5 e seus múltiplos são mais recomendados. como também o número 8 que é considerado um número de sorte, prosperidade e evoca o infinito. Essa questão é tão séria que a Olimpíada de Pequim foi marcada para ter início no dia 8/8/2008 exatamente as 8h08.  





Idioma: Os chineses se sentem muito prestigiados com quem tenta falar seu idioma. Conhecer algumas palavras do idioma pode propiciar situar-se em algumas ocasiões, mas se não houver completo domínio do idioma é preferível contar com o apoio de um intérprete do que arriscar-se a ser mal compreendido.
 
O Mandarim é uma língua extremamente difícil e muitos chineses falam outros dialetos como o Cantonês. Cada palavra chinesa pode ter muitos significados dependendo do tom em que é dita. Por não existir tempos de verbos, é preciso ter cuidado com as traduções sendo necessário juntar expressões indicando o tempo: agora, amanhã, ontem etc.

Também há formas de saudação diferentes para um superior ou um inferior hierárquico e para uma pessoa mais velha ou mais nova. Os chineses consideram muito importante o que se diz, mas o mais importante é a forma do que é dito e do que não é dito. O tom de voz deve ser harmônico, sem exaltações e confrontos. 




Reuniões comerciais: Mesmo que haja um intérprete, deve-se falar na direção do chefe da delegação e manter o olhar na direção dele durante a tradução, sem fixar o olhar sobre ele. Para evitar contradições, nas reuniões há sempre um porta voz e só um fala em nome de todos.

O material escrito de uma reunião deve estar disponível em inglês e principalmente em mandarim usando caracteres simplificados, pois isso demonstra o grau de seriedade e de preparo para desenvolver negócios efetivos.
 
O objetivo deve ser sempre de consenso e preservação da harmonia em qualquer circunstância. Isso inclui estar atento à linguagem verbal e corporal evitando alguns gestos, pois os chineses são muito observadores quanto à postura. 
  • Para os chineses, um sorriso pode ser interpretado como um embaraço e constrangimento.
  • Um olhar fixo nos olhos de outra pessoa é considerado como um confronto hostil ou invasivo, por isso muitos chineses olham para o chão durante as saudações.
  • Franzir a testa demonstra discordância.
  • Apontar com um dedo e andar com as mãos no bolso é algo normal.
  • Aplauso é comum para expressar que estão de acordo.

É o anfitrião quem dá início a qualquer conversa, preferencialmente a pessoa mais experiente quando se trata do início e orientação nas conversas. As mulheres devem ser tratadas de acordo com sua posição hierárquica; muitas ocupam cargos de decisão.
Durante as aprsentações a iniciativa deve partir do mais importante, indicando seu nome, cargo, título acadêmico, etc. Os chineses apreciam muito os títulos de Diretor, Presidente, Engenheiro, Doutor etc seguidos do sobrenome.

E o que pode parecer invasivo para os ocidentais, para os chineses é normal querer conhecer uma pessoa profundamente, perguntando sobre família, esposa, filhos etc. É cultural: primeiro eles querem conhecer a pessoa em detalhes, só depois fala-se de negócios.

Apesar da China ser um regime comunista, não se deve tratar ninguém por Camarada ou Companheiro, a não ser que pertença ao Partido Comunista e esteja na China. Para evitar constrangimentos, assuntos sobre governo, partido e qualquer outra referência política do país devem ser evitados. 




Silêncio vale ouro: Na China acredita-se que a paciência é sinônimo de um caráter forte, valor acrescentado em qualquer ocasião. Mesmo sendo usual a preparação de uma pauta com antecedência, ninguém vai direto a um assunto antes de muitos rodeios, formalidades e acenos. É comum cultivar silêncios e longas pausas enquanto ponderam.
 
Para os Chineses o silêncio vale ouro, uma oportunidade para refletir antes de falar e buscar uma resposta mais adequada à situação. Enquanto o mundo tem pressa, os chineses são astutos e perseverantes prolongando ao máximo suas negociações e controlando o tempo e o ritmo ao longo das tratativas.
 
É extremanente importante não se mostrar impaciente, não se irritar com demoras e imprecisões, não pressionar, não interromper e não confundir suas maneiras delicadas como uma resposta positiva. É mais prudente ser muito observador, paciente e estar disposto a negociar lentamente, pois as decisões podem levar um longo tempo e exigir cuidadosas revisões.
 
Os Chineses não tomam decisões imprudentemente, tudo é bem pensado para uma posterior resposta. Toda troca de argumentos é assistida com ar impenetrável. Com um autocontrole super desenvolvido, raramente eles mudam as suas expressões faciais ou corporais sendo difícil essa leitura. A maioria dos chineses mantém uma expressão impassível. 





Condução de negócios: Na condução das negociações, em geral os chineses são vagos, sutís e ambíguos em oposição à maioria dos ocidentais habituados a um estilo mais direto, inequívoco e preciso. Há uma grande preocupação em preservar a harmonia, por isso evitam a todo custo usar de objetividade, porque consideram descortesia contradizer ou constranger os outros.
 
Por considerarem indelicado negar um pedido, polidamente eles sabem declinar de um pedido dizendo que algo é inconveniente para o momento e utilizam uma desculpa qualquer. Dificilmente os chineses são taxativos; nunca dizem "não" diretamente.
 
Assinar um contrato significa apenas que estabeleceu um relacionamento pessoal, o Guanxi. É a partir desse momento que se começa a tratar dos negócios, quando ambos poderão fazer solicitações ou ter expectativas de favores. Quando se consegue estabelecer este relacionamento pessoal, o assunto será tratado somente entre as duas pessoas.

Se houver a interferência de uma terceira pessoa, as tratativas retornam ao começo. Esteja sempre preparado para retomar um ponto de partida mantendo-se flexível para entrar em outros detalhes. Algumas vezes numa reunião a palavra é dada a um participante que fala muito, podendo parecer que nada acrescenta à reunião.

É melhor ser paciente e escutar ativamente, pois muitas mensagens sutís podem ser transmitidas. E sob nenhuma circunstância nunca perca a calma ou use de tom ríspido, pois isso pode interromper definitivamente ou prejudicar qualquer negociação. Os argumentos devem ser detalhados e concentrados em benefícios a longo prazo.
 
Algo muito interessante são as perguntas que devem ser feitas e respondidas com cautela. Revelar desconhecimento é uma vergonha. Toda descortesia deve ser evitada. Os chineses não costumam desligar seus celulares que tocam constantemente, nunca se deve pedir para que o faça, pois isso pode ser considerado como intromissão.  



 
 

Guanxi: Uma expressão fundamental da China é o Guanxi,  que designa a complexa rede de relações indispensáveis ao funcionamento social, político e organizacional na China. Há uma demarcação entre os negócios e socialização, sendo necessário cuidado para não entrelaçar os dois: durante as refeições e eventos sociais não se trata e nem se discute negócios.
  
Na China a reciprocidade é fundamental e na mesma medida. Se alguém oferece algo, deverá ser retribuido com a mesma distinção, nem mais e nem menos. Se pedir um favor, estará contraindo uma obrigação de posterior retribuição. Por isso, é necessário saber exatamente o que se pretende antes de aceitar um favor, um presente ou o convite para um jantar. 
 
Não é um costume convidar pessoas de suas relações comerciais para um jantar em casa; geralmente convida-se para ir a um restaurante sendo inaceitável dividir a conta. Quem convida paga o jantar mas tem a expectativa de ser convidado para outra ocasião igualmente de forma gratuita.
 
Para os chineses o convite para um jantar deve ser repetido três vezes até ser aceito, a menos que se perceba estar sendo inconveniente. Se for a um restaurante, ao chegar na entrada nunca se deve passar à frente do anfitrião, mesmo quando ele dê a passagem. É bom tom recusar três vezes a passagem e depois fazê-lo, agradecendo. 

É um costume aguardar até que lhe seja indicado o seu lugar na mesa. Em geral um anfitrião chinês senta-se junto da porta para dar ordens e comandos, mas cede a precedência ao convidado de honra que fica sentado no topo da mesa de frente para a porta. O anfitrião é o primeiro a comer e a dar sinal para finalizar e levantar da mesa.
 
À mesa de refeições, há gestos e atitudes que são comuns na China além do uso dos Fachis, os pauzinhos que se usa em lugar dos talheres e que devem respeitar uma série de regras de etiqueta. É considerada descortesia recusar um chá, sendo preferível aceitá-lo e não bebê-lo.

Da mesma forma, há regras específicas quando se quer presentear ou receber um presente. A troca de pequenas ofertas faz parte do processo de Guanxi, mas não se deve aceitar um presente se não tiver algo para retribuir. Isso é considerado uma situação vergonhosa.  

Embora os executivos de todo mundo tenham as mesmas perspectivas de crescimento e progresso, cada um sempre agirá de acordo com os costumes de seu país. Porém é importante entender as diferenças de culturas, que pode determinar o fracasso ou sucesso de uma negociação. 


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Festa junina




Em várias partes do mundo, quando chega o mês de junho é a época das Festas Juninas. Historicamente estão relacionadas com a festa pagã do solstício de verão na Europa em 24 de junho, segundo o calendário juliano. Depois de cristianizada durante a Idade Média, deu origem às celebrações de Santo Antonio dia 13, São João dia 25 e São Pedro dia 29.

O mastro de São João, também conhecido como o mastro dos santos populares, é erguido durante a festa junina para celebrar os três santos ligados à festa. Tendo hoje uma significação cristã bastante enraizada, o levantamento do mastro tem sua origem no antigo costume pagão de levantar o Mastro de Maio ou Árvore de Maio dos povos germânicos, que celebravam a árvore sempre verde.

A celebração em homenagem a São João era chamada Festa Joanina que depois passou para Festa Junina. Típica do nordeste, é a época em que se faz agradecimentos ao santo pelas chuvas que alimentam a plantação durante o ano na terra árida do sertão. Por ser uma época propícia à colheita do milho, as comidas são feitas à base de milho como a canjica ou munguzá e a pamonha. 






Pela tradição, Festa Junina deve ter gosto de comida caseira, simples e sem sofisticação. Bolos de vários sabores, doces como pé-de-moleque, cocada, arroz doce, batata doce e milho assados ou cozidos, cachorro quente, pipoca etc. Por ser uma época de inverno, surgem as opções dos caldos de mandioca, de feijão, canjiquinha com costelinha além do vinho quente, quentão e caipirinha. 

Em várias regiões do Brasil são realizadas grandiosas festas, cada uma com seu estilo próprio, costumes e tradições, mas é no Nordeste que as festas ganham grande expressão. Com decoração bem colorida, roupas e comidas típicas, fogos de artifício, fogueira, música e danças, o que importa é criar uma festa com muita animação. 





Para fazer uma decoração não precisa gastar muito e nem ter muitas habilidades manuais, ao contrário, a decoração pode ser bem barata e simples. Faz parte da tradição popular a montagem do arraial com cenário country, barraquinhas em um espaço livre onde são realizados os leilões, bingos e quermeses.

Com bandeirolas de papel colorido, balões, barraquinhas cobertas de palha e cestos de vime, a decoração inclui tudo que esteja relacionado ao campo como rodas de carros de boi, selas de animais, ferramentas de horta, bambus, abóboras etc. As mesas com toalhas xadrez ou estampadas contribuem para a decoração e os mesmos tecidos podem decorar também as barraquinhas. As roupas caipiras de Chita são uma clara referência ao povo campestre e dão colorido a festa, além dos convencionais chapéus de palha. 



 


As fogueiras fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Uma lenda católica afirma que esse  antigo costume de acender fogueiras tem suas raízes em um acordo feito entre Maria Mãe de Jesus e sua prima Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte. 

Lidar com fogo exige cautela, por isso o local da fogueira deve estar distante das pessoas, barracas, construções e instalações elétricas. Nunca se deve acender uma fogueira em locais fechados já que a fumaça causa intoxicação e aumenta o risco de incêndio. Mas pode-se criar uma fogueira artificial com toras de madeira empilhadas e decoradas com tiras de papel salofane nas cores amarela e vermelha iluminadas com lâmpadas coloridas. Da mesma forma, os balões são proibidos devido ao risco de incêndios, mas podem ser usados como enfeites de decoração.

Os Fogos de artifício durante as festas juninas estão relacionados ao antigo costume do povo português que trazia a pólvora da China. Segundo a tradição popular, os fogos de artifício servem para criar barulho e despertar São João Batista, porém seu manuseio exige muita cautela devido ao risco de explosões. Conta a lenda que São João queria saber quando era seu dia. Sua mãe Santa Isabel o embalou para que ele dormisse na noite de 24 de junho, pois se estivesse acordado desceria à terra e tão alegre ficaria ,que todo o mundo seria destruído pelo fogo. 




As brincadeiras, músicas e danças animam a festa. Oferecendo brindes de valor simbólico, as brincadeiras da festa junina são muito simples: pescarias com peixes de papelão em caixas de areia, bolas feitas de meias para derrubar latas empilhadas, corrida dentro de um saco, corrida numa perna só, corrida do ovo numa colher, com os olhos vendados acertar o rabo do burro ou quebrar um pote recheado de balas, o correio elegante que são os bilhetes anônimos com mensagens de amor e amizade e a subida no pau de sebo.

A música e os instrumentos: cavaquinho, sanfona, triângulo ou ferrinhos, reco-reco, zabumba, pandeiro e outros estão na base da música popular e folclórica portuguesa acrescidos de instrumentos regionalizados do Brasil. As grandes mudanças no conceito artístico contemporâneo, vem adequando e atualizando as festas com outros rítmos além dos tradicionais, incentivando o maior interesse de novos públicos. Essa tem sido a aposta de vários festejos.





A tradicional quadrilha tem uma interessante história. No século 12 camponeses ingleses dançavam uma dança campestre chamada de Country Dance, onde os descendentes celtas e saxões executavam antigos rituais pagãos. A dança se popularizou na França perdendo o formato country e tornou-se um estilo nobre na corte, uma contradança de salão francesa para quatro pares e por isso chamada Quadrille.

A dança chegou ao Brasil em 1808 através da elite portuguesa que tinha interesse por tudo da última moda em Paris. Chamada Quadrilha, causava grande frenesi entre a alta sociedade da época, devido às orquestras que chegavam de fora. Dos palácios a dança se popularizou, recebendo novas coreografias bem ao gosto brasileiro, mas não perdeu os termos afrancesados da marcação: Balancer (balancê), Em avant (anavan), Returner (returnê), Tour (tur) e An arrière (anarriê). 





terça-feira, 15 de maio de 2012

A arte de receber bem seus convidados

 

Diz o ditado: "quem convida, paga a conta". Essa é uma afirmação que esconde uma série de conceitos que deve ser observado por quem quiser desenvolver a arte de receber bem. Não basta gastar em excessivas iguarias, bebidas finas e elegante decoração; receber bem é transmitir satisfação em receber os convidados proporcionando-lhes atenção, conforto, descontração e prazer. Para isso, é fundamental aliar simplicidade, bom senso e elegância sem exageros.

Receber os convidados com elegância requer uma música de fundo, com som baixo para não atrapalhar a conversação. E a menos que o convite seja para ver um jogo de futebol ou qualquer outra atração, não deixe a televisão ligada. Mais importante ainda é o bom humor mesmo diante de imprevistos ou quando se sente cansaço ou indisposição. Principalmente, tenha atenção aos assuntos que se desenrolam diante das visitas. Evite conversas comprometedoras, assuntos íntimos, sobre doenças ou polêmicos e comentários maldosos sobre a vida alheia. Se surgir esses assuntos, saiba desconversar com elegância e crie outro assunto.

Também deve ser dada atenção ao espaço suficiente para o número de convidados e nem precisa dizer que o local pode ser simples mas deve sempre estar limpo. Além disso, é necessário cadeiras ou assentos em número suficiente para seus convidados exceto quando está organizando uma balada para um animado grupo de jovens. Mesmo assim há que se ter alguns assentos disponíveis. A ambientação é importante, pois flores muito perfumadas ou ambiente excessivamente quente ou frio retira todo o conforto que se quer transmitir. Por isso, mais importante que o requinte é uma ambientação agradável. Capriche na decoração mas não faça nada além de suas posses.

O menu da refeição deve levar em consideração principalmente o gosto dos convidados, como também o motivo do evento. A época também influencia na escolha do menu: pratos e sobremesas mais leves para o verão e mais substanciais no inverno. Quando se sabe que algum convidado está em dieta, é delicado incluir algo opcional para eles. Outro detalhe são as iguarias que nunca devem ser de difícil manuseio, com ossos, espinhos ou alimentos duros, que também é uma falta de cortesia com o convidado.

Apesar de dispensar formalidades, um churrasco não dispensa a etiqueta social e a boa hospitalidade. Um aspecto constrangedor é servir a carne aos convidados apresentando-lhes o espeto para que peguem a carne assada com as mãos. Além de correr o risco de provocar queimaduras nas mãos dos convidados, remete a um antigo costume dos trogloditas.

Um costume que provém dos americanos é utilizar copos, pratos e talheres descartáveis. Isso pode ser cômodo para um animado grupo de jovens, mas atualmente é tão barato alugar pratos de louça, copos de vidro, talheres, mesas e cadeiras, forros de mesa e outros produtos destinados a eventos; não pesa tanto no orçamento e é a forma correta de servir.

Outro detalhe é a preparação. O acendimento da churrasqueira deve preceder o horário marcado em pelo menos 1 hora, pois o carvão tem uma lenta combustão. Além disso, o churrasco é uma iguaria que se faz lentamente e por isso os primeiros assados a serem servidos devem ser preparados com um pouco de antecedência à chegada dos convidados, que com certeza se sentirão mais animados ao serem recepcionados com o aroma da carne assando.

Se estiver organizando um almoço ou jantar, faça um planejamento prévio da quantidade de comida de acordo com o número de convidados. Também seja previdente e calcule o tempo necessário de preparação. Nada é mais desagradável do que ser convidado para uma refeição e permanecer horas a fio esperando terminar o cozimento. Igualmente é desagradável  ser servido com comida fria ou requentada feita na véspera. Quem não tem experiência, deve contratar ou consultar um cozinheiro experiente.

Se a mesa de jantar é pequena, não queira espremer todos os convidados à mesa. Opte por um almoço ou jantar franco-americana, ou seja, no estilo Self Service onde cada um se serve. Nesse estilo, nunca permita que alguns convidados estejam sentados à mesa e outros fora dela. Isso transmite a ideia de que todos estão sendo recepcionados com a mesma consideração. Nesse caso, providencie aparadores para copos pois os convidados precisam das mãos livres para comer e não convém que apoiem o copo entre as pernas ou deixem no chão ao alcance de um pé mais distraído.

A quantidade de bebidas depende do tipo e do tempo de duração de um evento. Disponibilize as bebidas logo à chegada dos convidados; não é preciso aguardar a chegada de todos para começar a servir a bebida. Se há um horário marcado para um almoço ou jantar, sirva no horário combinado. Aliás esse é um foco principal do bom anfitrião: quem chega no horário marcado demonstra consideração pelo convite recebido e o inverso também é verdadeiro. Por isso, não justifica submeter os convidados pontuais aos retardatários.  


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Jantar árabe




Os árabes tem como principal característica a hospitalidade que consideram sagrada e suas principais virtudes é a generosidade e fartura. Recepcionar os convidados com uma mesa farta e variada faz parte da cultura árabe, bem como se espera que os convidados comam bastante e apreciem a comida.

Rico em sabores e aromas exóticos, um jantar das terras das mil e uma noites é fácil de preparar, de servir e agrada a maioria das pessoas. Para criar um clima árabe, considere colocar muitas almofadas, tapetes e tecidos coloridos no ambiente além de complementos decorativos como a Shisha ou Narguilé.

Lanternas com pequenas velinhas dão um charme a mais para a decoração, mas evite velas com aromas que podem interferir no aroma do jantar. Arranjos de flores coloridas dão um toque de classe, preferencialmente contrastando com o azul escuro, uma cor típica da decoração árabe.

Tradicionalmente, durante a refeição os árabes se reúnem ao redor de uma mesa redonda e baixa, sentados em almofadas ou tapetes junto a seus convidados onde todos compartilham a comida num mesmo prato grande de metal.

Não são usados talheres, somente os três dedos da mão direita, pois a mão esquerda é considerada impura. Os pedaços de pão servem para pegar as porções de comida. Nada impede que se possa colocar os quitutes, pratos, talheres e guardanapos em um aparador central deixando que as pessoas se sirvam à vontade no estilo Self Service.

 
 


Travessas de latão como sousplats e pratos de cerâmica branca realçam o colorido dos alimentos. As travessas podem ser decoradas com limão cortado, folhas de hortelã e folhas de uva. Vidros de conserva também funcionam como elementos decorativos.

Para decorar a mesa de jantar, coloque temperos árabes em vários potinhos. Comida árabe é regada a azeite e o ideal é colocar o azeite em vários potinhos com colherinhas, cada uma próxima de cada convidado. O azeite pode ser aromatizado com alho, alecrim ou outras ervas.

As pastas mais tradicionais como babaganuche (pasta de beringela defumada), homus (pasta de grão de bico) e coalhada seca costumam fazer sucesso acompanhadas de pão sírio e pão folha. Frutas secas como damasco e figo seco, além de amêndoas, castanhas, pistache e outros são uma boa pedida de aperitivo.

O cardápio pode incluir diversas delicias árabes como tabule, salada marroquina, pão árabe, quibes, esfihas, kafta, arroz sírio, bog mog etc. Arroz, lentilhas, legumes e verduras recheados, abobrinha, acelga, berinjela, repolho e folhas de videira são bem apreciados.

O carneiro assado ou frito é um dos pilares da alimentação nos países do Oriente Médio como também aves e peixes. Segundo a cultura e tradição muçulmana, é proibido o consumo de carne de porco, presuntos e seus derivados. Assim sendo, se a intenção é um jantar árabe siga as tradições.

 
 
As bebidas alcóolicas não fazem parte do costume árabe, mas podem ser servidas cervejas geladas colocando as garrafas em baldes de gelo. Uma bebida árabe tradicional é o Arak à base de anis que tem uma característica interessante: quando se coloca gelo ou água na bebida, ela perde a transparência e se transforma em um drink esbranquiçado.

A água deve ser servida em jarros e aromatizada com folhinhas de hortelã. As sobremesas e guloseimas devem ser servidas em travessas douradas, como pede a tradição árabe. A massa folhada recheada, bolo de semolina, pastel de nozes e ninho de nozes são algumas opções.

Após a refeição é tradicional servir o romático chá de hortelã e também pode ser servido o café. A hospitalidade árabe dispensa aos seus convidados todo conforto e atenção. Os árabes evocam uma oração antes para abençoar a refeição e ao final para agradecer o alimento. Os convidados são servidos primeiro e após o jantar é gentil e sofisticado oferecer uma pequena lembrança.



segunda-feira, 26 de março de 2012

Almoço de Páscoa



O almoço de Páscoa já se tornou tradição entre as famílias cristãs. Do hebraico Pessach, que significa passagem, é um dos mais importantes eventos religiosos cristão. E, mesmo para quem não leva em conta o significado religioso, a data ganhou ares de festa familiar pedindo cardápio e decoração especial.

Os simbolismos usados com criatividade tornam marcante o almoço de Páscoa. Objetos simples do cotidiano podem servir para decorar a mesa e o ambiente. Caminho de flores sobre a mesa entremeado de pequenos chocolates formam um conjunto com simplicidade sem perder o requinte.

A ideia é inovar substituindo os tradicionais ovos de chocolate por lembrancinhas simples e originais acompanhadas de um cartão com mensagens de esperança e renovação. Cestinhos decorados com tecidos florais ou com papel crepon recheados de balas confeitadas e coloridas, bombons e pirulitos criam um ambiente festivo. Além disso, permitem acrescentar pequenos brinquedos para as crianças.



Na Páscoa, é comum a prática de pintar ovos cozidos decorando-os com desenhos e formas abstratas. Em muitos locais ainda é um costume comum, embora os ovos em alguns locais tenham sido substítuidos por ovos de chocolate. O costume é uma alusão a antigos rituais pagãos relacionados à primavera. Não por acaso, vários ovos eram pintados com gravuras que tentavam representar um elemento natural.

Ishtar ou Astarte é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, nórdica e germânica. A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados. A lebre era seu símbolo, pois através das entranhas da lebre sacrificada suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro. A lebre de Eostre podia ser vista na Lua cheia e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade.

Dos cultos pagãos originou-se a Páscoa, que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. A figura do coelho está simbolicamente relacionada à esta data comemorativa, já que este animal representa a fertilidade reproduzindo-se rapidamente e em grandes quantidades. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo. No Egito Antigo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.



Oferecer ovos de páscoa é um costume muito antigo. No auge do período medieval, reis e nobres mais abastados costumavam comemorar a Páscoa presenteando com ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que chegássemos ao famoso ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano.

Existente apenas nas Américas, ao entrarem em contato com os maias e astecas os espanhóis divulgaram o alimento sagrado no Velho Mundo: o cacau. O chocolate tal como é consumido hoje é resultado de sucessivos aprimoramentos realizados desde o início da colonização da América. O produto era consumido pelos nativos na forma de uma bebida quente e amarga, de uso exclusivo da nobreza.

Os europeus passaram a adoçar e a misturar especiarias para adequá-lo ao seu gosto. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da história. Depois disso, a energia calórica do extrato retirado da semente do cacau reforçou o ideal de renovação. Assim o chocolate passou a ser associado à Páscoa.



No cardápio do almoço de páscoa é costume servir as iguarias de peixes ou crustáceos. O Brasil tem o privilégio de dispor das mais variadas espécies de peixes frescos e crustáceos que possibilitam uma infinidade de iguarias. Alguns detalhes são importantes para verificar seu o estado de conservação: o aspecto externo de um peixe fresco é muito semelhante ao do peixe vivo, com o corpo rígido.

O olho do peixe deve estar brilhante com a pupila negra e a íris branca ou amarelada. Olhos esbugalhados e turvos indicam deterioração. As brânquias devem estar vermelhas ou rosadas. A coloração pálida e o aspecto viscoso também indicam deterioração. O cheiro normal do peixe é de maresia. O cheiro ácido ou azedo indica normalmente o início do processo de deterioração.

A melhor opção é comprar o peixe inteiro e pedir para filetá-lo. É quase impossível saber identificar de que peixe foi tirado um filé já exposto. O mesmo acontece com as postas. Se for dura e brilhante , com certeza é uma posta de peixe ósseo. Se for mole e opaca, é de um peixe cartilaginoso como o cação. Por oportunismo, em alguns restaurantes é comum servir o filé de cação no lugar do filé de badejo. Apesar do filé de cação ser gostoso quando bem preparado, o badejo tem um sabor mais suave e é mais caro.



A tradição do bacalhau no cardápio brasileiro tem suas raízes na colonização portuguesa. Os dias de jejum imposto pelo catolicismo durante a quaresma, proibia a ingestão de comidas quentes como a carne dando origem ao consumo de peixes na páscoa.

Historicamente, a cidade do Porto foi a primeira a receber e preparar o bacalhau que os pescadores portugueses buscavam nas águas geladas da Terra Nova. Ainda hoje o Porto é a principal cidade culinária do bacalhau em Portugal. Por tradição cultural, no Brasil o nome Porto passou a identificar o bacalhau de melhor qualidade. Do Porto vinha o bacalhau para ser comercializado no Brasil.

O Cod Morhua é o legítimo bacalhau, também conhecido como Bacalhau do Porto. Considerado o mais nobre e utilizado na cozinha internacional, tem sabor inconfundível e sublime. O Cod Macrocephalus ou Bacalhau do Pacífico por sua semelhança é confundido com Bacalhau do Porto mas não tem o mesmo paladar. O Saithe é um tipo mais escuro, de sabor forte que serve para bolinhos e ensopados porque sua carne desfia com facilidade. Outros tipos é o Ling e o Zarbo que são mais populares.

Proveniente das águas que circulam o Porto Norte, o costume de salgar o bacalhau provém dos bascos que utilizavam o sal conservá-lo. Salgado é o peixe, salgado também é o preço no Brasil já que é um produto importado. Mas nem sempre foi assim. Na era medieval os pobres não podiam comprar o peixe fresco e consumiam o bacalhau salgado porque era mais barato. Somente a realeza consumia os peixes frescos. Dessa história, pode-se concluir que o verdadeiro luxo é consumir o peixe fresco...